sábado, janeiro 23, 2016

Estranho estudo conclui que uma barra de ferro pode tomar decisões


A capacidade de tomar decisões é geralmente considerada uma habilidade cognitiva possuída apenas por sistemas biológicos.

Agora, um novo estudo japonês relata que qualquer objeto rígido físico (ou seja, não vivo), como uma barra de ferro, é capaz de tomar uma decisão (escolher determinada opção entre mais de uma) através da obtenção de informações de seus arredores, acompanhadas de flutuações físicas.

Cérebro para quê? Temos a física para tomar decisões!

Os pesquisadores, Song-Ju Kim, Masashi Aono e Etsushi Nameda, publicaram seu artigo no New Journal of Physics.

“A implicação mais importante é que o regime proposto irá proporcionar uma nova perspectiva para a compreensão dos princípios de processamento de informações de certas formas inferiores de vida”, disse Song-Ju Kim, do Centro Internacional de Materiais Nanoarquitetônicos, parte do Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Tsukuba, no Japão. “Essas formas de vida inferiores exploram sua física subjacente sem necessidade de qualquer sistema neural sofisticado”.

Conservação de volume

De acordo com a pesquisa, o único requisito para um objeto físico exibir uma capacidade de tomada de decisão eficiente é praticar a “conservação de volume”.

Qualquer objeto rígido sujeito a uma lei de conservação de volume, como uma barra de ferro, quando é exposto a flutuações, pode mover-se ligeiramente para a direita ou para a esquerda, desde que seu volume total seja conservado.

Como este deslocamento se assemelha a um jogo de cabo-de-guerra com um objeto rígido, os pesquisadores chamaram o movimento de TOW (“tug-of-war dynamics”, ou “dinâmica de cabo-de-guerra”).

Exemplo

Os cientistas japoneses forneceram um exemplo de como a ideia funciona: digamos que existam duas máquinas caça-níqueis, A e B, com diferentes probabilidades de vitória. O objetivo é decidir qual máquina oferece a maior probabilidade de ganhar, o mais rapidamente possível, com base em experiências passadas.

Uma barra de ferro comum pode tomar essa decisão. Toda vez que o resultado de um jogo da máquina A terminar em uma recompensa, a barra se move para a esquerda a uma distância específica. Cada vez que o resultado acabar em nenhuma recompensa, a barra se move para a direita a uma distância específica. O mesmo vale para a máquina B, mas as direções dos movimentos são invertidas. Depois de testes suficientes, o deslocamento total da barra revelará que máquina oferece a melhor probabilidade de ganhar.

Os movimentos da barra ocorrem devido a flutuações físicas. “O comportamento do objeto físico causado por operações pode ser interpretado como uma flutuação”, explica Kim. “O ponto importante é que as flutuações, que sempre existem em sistemas físicos reais, podem ser usadas para resolver problemas de tomada de decisão”.

Possível e melhor

A pesquisa chegou à conclusão de que esse sistema pode resolver problemas mais rapidamente do que outros algoritmos de tomada de decisão. Os cientistas atribuem o desempenho superior ao fato de que o novo método pode atualizar as probabilidades em ambas as máquinas de jogo, mesmo que jogue em apenas uma delas.
Esta característica deriva do fato de que o sistema sabe a soma das duas probabilidades de recompensa antecipadamente, ao contrário dos outros algoritmos de decisão.

Os pesquisadores já comprovaram experimentalmente que versões simples de um objeto físico podem tomar decisões utilizando o método TOW em trabalhos relacionados. “Na verdade, nós já implementamos o TOW em pontos quânticos e fótons individuais”.

Inteligência artificial

Ao mostrar que a tomada de decisão não se limita aos sistemas biológicos, o novo método tem aplicações potenciais em inteligência artificial.

“O método proposto irá introduzir um novo paradigma de computação analógica baseado em física, que inclui coisas como ‘nanodispositivos inteligentes’ e ‘redes de informação inteligentes’ com base na autodetecção e autojulgamento”, afirma Kim.

“Um exemplo é um dispositivo que pode fazer uma mudança de direção de modo a maximizar a sua absorção de luz”, sugere. Esta capacidade é semelhante à forma como um girassol gira na direção do sol.

In: Phys

20 erros de raciocínio lógico que afetam suas decisões


Você faz milhares de decisões todos os dias, mas será que elas são racionais?

Provavelmente não. Desde o que você vai comer no almoço até se você deve fazer uma grande mudança de carreira ou não, a pesquisa científica sugere que há uma série de obstáculos cognitivos que afetam o seu comportamento. E, em certos casos, eles podem impedir que você aja da forma mais correta ou sensata.

1. Viés da âncora




As pessoas confiam demais na primeira informação que ouvem (que, obviamente, pode não ser a mais sensata ou mais correta). Por exemplo, em uma negociação salarial, quem fizer a primeira oferta estabelecerá uma variação razoável de possibilidades na cabeça de cada um dos envolvidos.

2. Disponibilidade heurística

As pessoas superestimam a importância das informações que estão disponíveis para elas. Por exemplo, uma pessoa pode argumentar que fumar não é perigoso para a saúde porque conhece uma pessoa que fumava três maços por dia e viveu até os 100. Um caso isolado certamente não representa um cenário completo dos malefícios do fumo.

3. Efeito da popularidade afeta seu raciocínio lógico


A probabilidade de uma pessoa adotar uma crença aumenta baseada na quantidade de pessoas que já possuem essa crença. Essa é uma forma poderosa de “pensamento de grupo” e é a razão pela qual muitas vezes reuniões são improdutivas.

4. Viés do ponto cego



Falhar em reconhecer seus vieses cognitivo é um viés em si. As pessoas percebem vieses cognitivos e motivacionais nos outros muito mais frequentemente que em si mesmas.

5. Viés do suporte de escolha


Quando as pessoas escolhem algo, tendem a se sentir positivas sobre sua escolha, mesmo que ela tenha falhas. Como o fato de que você ama seu cachorro, mesmo que ele seja agressivo e morda as pessoas às vezes.

6. Ilusão da aglomeração


Essa é a tendência de ver um padrão em eventos aleatórios. Ocorre em muitas falácias de jogos de azar, como a ideia de que vermelho é ou mais ou menos provável de aparecer numa roleta depois de uma rodada de vermelhos.

7. Viés da confirmação



Nós tendemos a prestar atenção somente em informações que confirmam a nossa percepção das coisas – por exemplo, você acredita somente em um determinado dado que pode corroborar seu pensamento sobre a mudança climática, mas desconsidera toda uma pesquisa científica que descobriu o contrário.

8. Viés do conformismo


As pessoas favorecem evidências anteriores a novas evidências ou informações que possam surgir. Por exemplo, demoramos para aceitar que a Terra era redonda porque muitos se agarravam a um “entendimento antigo” de que o planeta era plano.

9. Viés da informação


A tendência de procurar informações quando elas não afetam ações. Mais informação não é sempre melhor. Com menos dados, as pessoas podem às vezes fazer predições mais precisas.

10. Efeito avestruz

A decisão de ignorar informações negativas ou perigosas “escondendo” a cabeça no chão, como um avestruz. Por exemplo, investidores checam os valores de suas ações com muito menos frequência durante uma fase ruim de mercado.

11. Viés do resultado


Esse é o ato de julgar uma decisão baseado no seu resultado, e não em como a decisão foi tomada no momento em que foi feita. Só porque você ganhou bastante dinheiro em um cassino de Las Vegas, não significa que ter apostar todo seu dinheiro em uma noite é uma decisão inteligente.

12. Superconfiança


Algumas pessoas confiam demais nas suas habilidades, o que as levam a tomar riscos maiores em suas vidas diárias. Especialistas são mais propensos a esse viés que leigos, visto que são mais convencidos de que estão certos.

13. Efeito placebo


A simples crença de que algo terá um efeito em você causa de fato um efeito. Em medicina, pílulas que não contêm droga nenhuma muitas vezes provocam as mesmas respostas fisiológicas que a droga real.

14. Viés pró-inovação

Acontece quando o proponente de uma inovação supervaloriza sua utilidade e desvaloriza suas limitações.

15. Recência



A tendência a pesar as últimas informações mais fortemente que as mais anteriores. Investidores frequentemente fazem decisões ruins porque pensam que o mercado vai sempre ser como é hoje.

16. Saliência


A tendência a se concentrar nas características mais facilmente reconhecíveis de uma pessoa ou conceito. Por exemplo, quando pensa na morte, uma pessoa pode temer mais uma queda de um avião do que um acidente de carro, que é muito mais provável.

17. Percepção seletiva

Isso é permitir que nossas expectativas influenciem nossa percepção do mundo. Por exemplo, em um jogo de futebol, a torcida de cada time sempre se lembra do adversário cometendo mais faltas.

18. Estereotipagem


Ocorre quando esperamos que certa pessoa ou grupo tenha determinadas características mesmo sem conhecê-los de verdade. No dia-a-dia, os estereótipos nos ajudam a identificar rapidamente amigos e inimigos, mas as pessoas frequentemente abusam deles, usando-os para fazer julgamentos sem informações reais.

19. Viés da sobrevivência


Um erro que ocorre quando nos focamos apenas em exemplos sobreviventes, nos fazendo julgar erroneamente uma situação. Por exemplo, você pode pensar que ser empreendedor é fácil porque não ouviu muitos exemplos de empreendedores que falharam, apenas dos que foram bem sucedidos.

20. Viés do risco zero

Sociólogos descobriram que seres humanos amam a certeza e a segurança, mesmo quando elas são contraprodutivas. Assim, preferem tomar decisões que venham sem riscos, ainda que não sejam as melhores.

In: hypescience