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domingo, fevereiro 21, 2016

Eutanásia - Prós e Contras

Argumentos a favor

Para quem argumenta a favor da eutanásia, acredita que esta seja um caminho para evitar a dor e o sofrimento de pessoas em fase terminal ou sem qualidade de vida, um caminho consciente que reflecte uma escolha informada, o término de uma vida em que, quem morre não perde o poder de ser actor e agente digno até ao fim.

São raciocínios que participam na defesa da autonomia absoluta de cada ser individual, na alegação do direito à autodeterminação, direito à escolha pela sua vida e pelo momento da morte. Uma defesa que assume o interesse individual acima do da sociedade que, nas suas leis e códigos, visa proteger a vida. Eutanásia não defende a morte, mas a escolha pela mesma por parte de quem a concebe como melhor opção ou a única.

A escolha pela morte, não poderá ser irreflectida. As componentes biológicas, sociais, culturais, económicas e psíquicas têm que ser avaliadas, contextualizadas e pensadas, de forma a assegurar a verdadeira autonomia do indivíduo que, alheio de influências exteriores à sua vontade, certifique a impossibilidade de arrependimento.

Quando o Homem; pai, chefe, cidadão, profissional, músico... passa a ser prisioneiro do seu corpo, dependente na satisfação das necessidades mais básicas; o medo de ficar só, de ser um “fardo”, a revolta e a vontade de dizer “Não” ao novo estatuto, levam-no a pedir o direito a morrer com dignidade. Obviamente, o pedido deverá ser ponderado antes de operacionalizado, o que não significa a desvalorização que tantas vezes conduz esses homens e mulheres a lutarem pela sua dignidade anos e anos na procura do não prolongamento de um processo de não evolução.

“A dor, sofrimento e o esgotamento do projecto de vida, são situações que levam as pessoas a desistirem de viver” (Pinto, Silva – 2004 - 36) Conduzem-nas a pedir o alívio da dor, a dignidade e piedade no morrer, porque na vida em que são “actores” não reconhecem qualidade. A qualidade de vida para alguns homens não pode ser um demorado e penoso processo de morrer.

A autonomia no direito a morrer não é permitida em detrimento das regras que regem a sociedade, o comum, mas numa politica de contenção económica, não serão os custos dessa obrigatoriedade elevados?


Argumentos contra

São muitos os argumentos contra a eutanásia, desde os religiosos, éticos até os políticos e sociais. Do ponto de vista religioso a Eutanásia é tida como uma usurpação do direito à vida humana, devendo ser um exclusivo reservado ao “Criador”, ou seja, só Ele pode tirar a vida de alguém. “A Igreja, apesar de estar consciente dos motivos que levam a um doente a pedir para morrer, defende acima de tudo o carácter sagrado da vida,...” (Pinto, Susana; Silva, Florido,2004, p.37).

Da perspectiva da ética médica, tendo em conta o juramento de Hipócrates, segundo o qual considera a vida como um dom sagrado, sobre a qual o médico não pode ser juiz da vida ou da morte de alguém, a Eutanásia é considerada homicídio. Cabe assim ao médico, cumprindo o juramento Hipocrático, assistir o paciente, fornecendo-lhe todo e qualquer meio necessário à sua subsistência. Para além disto, pode-se verificar a existência de muitos casos em que os indivíduos estão desenganados pela Medicina tradicional e depois procurando outras alternativas conseguem se curar.

"Nunca é lícito matar o outro: ainda que ele o quisesse, mesmo se ele o pedisse (...) nem é lícito sequer quando o doente já não estivesse em condições de sobreviver" (Santo Agostinho in Epístula).

Outro dos argumentos contra, centra-se na parte legal, uma vez que o actual Código Penal não especifica o crime de Eutanásia, condenando qualquer acto anti-natural na extinção de uma vida. Sendo quer o homicídio voluntário, o auxilio ao suicídio ou o homicídio mesmo que a pedido da vitima ou por “compaixão”, punidos criminalmente.

In: ECP

Para quem quiser fazer o seu testamento vital, podem fazê-lo através de:

https://servicos.min-saude.pt/utente/Info/SNS/RENTEV
E você é a favor ou contra a Eutanásia?

quarta-feira, agosto 26, 2015

Autenticidade do “Evangelho da Esposa de Jesus” é novamente questionada

 Em 2012, uma equipe de cientistas da Universidade de Harvard liderada pela pesquisadora Karen King divulgou a descoberta de um papiro do século 4 — de apenas 4 x 8 centímetros — cujo texto sugeriria que Jesus de Nazaré teria sido casado com Maria Madalena.

Conhecido como “Evangelho da Esposa de Jesus”, o polêmico fragmento teria sido redigido em copta — um antigo idioma utilizado no Egito por volta do século 3 — com tinta preta e traria as frases “Jesus disse a eles, minha esposa...” e “Ela poderá ser minha discípula”. Além disso, o texto faria referência a uma “Maria” que os pesquisadores acreditam ser Maria Madalena.

Karen King com o papiro
Evidentemente, a autenticidade do papiro foi contestada na época, e, no ano passado, os cientistas de Harvard divulgaram os resultados de testes realizados no fragmento que apontaram que ele seria autêntico. Como era de se esperar, a notícia gerou uma enorme discussão e, agora, depois de alguns detalhes sobre a origem da relíquia virem à tona, a legitimidade do supostoEvangelho da Esposa de Jesus está sendo questionada novamente.

Origem duvidosa

De acordo com Owen Jarus do portal Live Science, o proprietário do papiro — que insiste em manter a identidade em sigilo — contou que adquiriu a relíquia de um homem chamado Hans-Ulrich Laukamp em 1999, juntamente com outros documentos em copta. Laukamp, por sua vez, teria comprado os itens em 1963, em Postdam, na Alemanha, cidade que, então, ficava no lado oriental do país.

Cópia do contrato com a assinatura de Laukamp

Acontece que, segundo Owen, depois que Laukamp faleceu — em 2002 —, a alegação de ele teria possuído as relíquias foi negada. Isso porque tanto a pessoa que representa a família do alemão como um antigo sócio do homem disseram que ele jamais se interessou por antiguidades e nunca colecionou uma peça sequer. Além disso, Laukamp vivia na Alemanha Ocidental em 1963, o que significa que ele não poderia ter ido até Postdam na época.

Os pesquisadores de Harvard alegam que o proprietário anônimo apresentou ao grupo a cópia de um contrato de compra e venda de seis fragmentos de papiro. Esse documento traz a assinatura dos envolvidos e a data da negociação, assim como uma nota escrita à mão explicando que as relíquias haviam sido adquiridas por Laukamp na Alemanha Oriental em 1963.

Mais evidências polêmicas


Segundo Owen, outra descoberta também indica que o papiro pode ser falso. Após a divulgação dos testes feitos em Harvard, um pesquisador chamado Christian Askeland avaliou um segundo papiro da coleção do proprietário anônimo. Esse documento contém um trecho do Evangelho de João e, assim como os demais itens, também teria sido comprado de Laukamp e passado pelas mesmas análises de datação — obtendo o mesmo resultado.

Só que Askeland descobriu que tanto o texto como as quebras de linha são idênticos aos de outro papiro que aparece em um livro publicado em 1924. Esse segundo papiro foi redigido em um dialeto extinto do copta chamado Licopolitano e traz várias semelhanças com o Evangelho da Esposa de Jesus — o que levou o pesquisador a concluir que os dois fragmentos fornecidos pelo homem anônimo foram produzidos pela mesma pessoa e provavelmente são falsos.

Trecho do Evangelho de Tomé
Além disso, outros cientistas apontaram que o texto em copta do papiro sobre a esposa de Jesus é bastante similar ao presente em outro documento cristão conhecido como Evangelho de Tomé, cuja cópia online se tornou pública em 2002. Pois esse texto tem um erro gramatical, e o papiro polêmico traz o mesmo erro — o que serve para reforçar a lista de argumentos a favor de que a relíquia tenha sido forjada.

***

esquisadores da Universidade de Columbia, nos EUA, devem publicar em breve um estudo detalhado realizado com os papiros que deve confirmar a autenticidade dos fragmentos. No entanto, como você viu, parece que a briga sobre a legitimidade dos documentos nunca vai ter fim. De qualquer forma, vamos tentar manter-vos informados das próximas controvérsias sobre o tema!


In: Live Science/Owen JarusTimes of Israel; Megacurioso