sábado, outubro 18, 2014

10 partes icônicas da história sobre as quais podemos estar muito enganados

Há muito que os humanos procuram a verdade sobre o nosso passado. Desde como foi vida de Thomas Kyd – que teria escrito a história que deu origem a obra “Hamlet”, de Shakespeare – até os segredos do povo olmeca – mais uma das civilizações pré-colombianas -, há vários acontecimentos que moldaram o mundo sem nunca terem sido registrados.

Além disso, ainda há os eventos que nós pensamos que conhecemos, mas sobre os quais podemos estar bastante enganados. As teorias a seguir podem não ser definitivamente verdade, mas todos elas levantam a possibilidade de que estamos imaginando nosso passado completamente errado.
 
10. A biblioteca de Alexandria foi destruída por cortes no orçamento?
 

O destino da Biblioteca de Alexandria é um poderoso símbolo do triunfo da barbárie sobre a civilização. Maior repositório de informações conhecido no mundo, a biblioteca foi queimada por Júlio César em 48 aC. Alternativamente, alguns acreditam que ela caiu nas mãos do califa Umar em 640 dC, embora isso seja muito menos provável. Ambas as teorias dizem que a biblioteca virou cinzas. Será?

Embora a biblioteca, sem dúvida, tenha sofrido danos ao longo dos séculos, uma outra escola de pensamento sugere que ela foi destruída por cortes no orçamento. A teoria é que os “40 mil pergaminhos perdidos” foram, na verdade, armazenados em um depósito separado daquele que o imperador incendiou.

O fim real da biblioteca teria chegado quando Marco Aurélio Antônio suspendeu o dinheiro que ia para ela no século II e expulsou todos os estudiosos estrangeiros. Ao mesmo tempo, seus manuscritos gregos de valor inestimável foram emprestados para centros distantes de aprendizagem e substituídos por textos monótonos que refletiam os valores religiosos da época.

Com poucos estudiosos para ler os pergaminhos e nada que valesse muito a pena ler, a biblioteca entrou em decadência e declínio, antes de finalmente esmorecer completamente.
 
9. Machu Picchu seria apenas um recanto de férias? 
 
 
Machu Picchu é a obra humana mais emblemática da América do Sul. Todos os anos, milhões de pessoas vão visitar o complexo de ruínas incas escondido no meio dos Andes. No entanto, há uma boa chance de que tudo que estejamos vendo seja apenas a casa da montanha de algum ricaço.

Quando o historiador americano Hiram Bingham alcançou Machu Picchu pela primeira vez em 1911, a National Geographic respondeu com uma reportagem gigantesca sobre a lendária “cidade perdida”. Como a descoberta capturou a imaginação do público, o rótulo ficou e muitos acreditaram que Machu Picchu havia sido uma próspera metrópole. No entanto, expedições posteriores revelaram que o local era menor do que essa descrição sugere. No máximo, talvez 750 pessoas viveram e morreram lá – um número tão pequeno que fica até difícil chamá-la de cidade.

A erudição moderna tem várias teorias sobre Machu Picchu, mas a mais interessante é que ela teria sido construída como um retiro de fim de semana para o governante Pachacuti. Se isso for verdade, o misterioso local histórico seria equivalente à mansão em Miami de algum milionário.
 
8. Os antigos gregos bebiam vinho azul? 
 




 
Os gregos antigos amavam tanto vinho que até tinham um deus para ele, o belo embriagado Dionísio. Ele é o membro arquétipo do panteão, celebrado em pinturas e desenhos como o epítome da antiga vida boa. Porém, a nossa imagem dele pode ser um pouco diferente da realidade. Na verdade, a cor do vinho que os gregos mais boêmios se esbaldavam pode ter sido azul profundo.

A teoria deriva de uma inconsistência preocupante nos poemas de Homero. Durante toda a “Ilíada” e a “Odisséia”, o narrador se refere ao “mar cor de vinho”, uma imagem em desacordo com tudo o que sabemos sobre o oceano. Classicistas e cientistas têm tentado conciliar Homero com a realidade por décadas sugerindo de tudo, desde que os gregos sofriam de daltonismo em massa a um surto de algas vermelhas em toda a costa. Mas uma teoria sustenta que não é o oceano ou os gregos que eram estranhos: era o vinho.

Os gregos raramente tomavam seu vinho puro, preferindo o diluir com cerca de sete partes de água. Uma vez que muitos épicos se passam no Peloponeso, onde o solo contém uma abundância de calcário, a água seria alcalina. Em quantidades suficientes, isto seria capaz de deixar o vinho azul – uma visão que possivelmente teria inspirado Homero.

7. Os romanos usavam togas só raramente? 
 


Se associamos uma peça de roupa aos romanos (juntamente com suas fabulosas tiaras de louros), é a toga. Praticamente todo filme ou série de TV situado durante o império romano apresenta o elenco principal circulando em vestes fluídas, levando um ventinho agradável para suas partes íntimas e as mantendo longe da exposição permanente. No entanto, uma teoria sugere que estamos exagerando com todo esse amor à toga.

Embora ela tenha sido um símbolo de cidadania romana (escravos não podiam usá-la, para começar), era também altamente formal. Tem sido sugerido que togas eram usadas apenas em ocasiões muito especiais e, até mesmo, apenas por senadores. De acordo com esta teoria, a ideia de que homens livres usavam togas é semelhante a algum historiador futuro acreditar que, no século XXI, os norte-americanos usavam smokings brancos em todos os momentos.

6. Tróia foi destruída por um terremoto? 
 


Tróia é lembrada pela Guerra de Tróia, uma batalha mitológica que termina com a destruição da cidade pelas mãos dos gregos. Isso é o que os antigos acreditavam e o que sobreviveu na cultura popular até hoje. No entanto, uma outra escola de pensamento sugere que Tróia foi destruída por algo completamente diferente: um terremoto.

No final do século XIX, os arqueólogos começaram a escavar o local atual de Tróia e o que eles descobriram foi desconcertante e inesperado. Em vez de uma única cidade, Tróia consistia em sete cidades diferentes destruídas uma após a outra. Dessas sete ruínas, apenas uma (“Tróia 6″) correspondia à cidade saqueada na Ilíada. Todas as evidências apontam para o fato de que a região pereceu em um terremoto.

Talvez Homero simplesmente tenha inventado o fim da “Ilíada” para dar a seu épico um clímax adequado. Talvez a Tróia histórica da batalha era, na verdade, a minúscula Tróia 7, que Homero fundiu com histórias da mais opulenta Tróia 6 para deixar o seu poema mais impressionante. Outra hipótese é que os gregos não tenham lutado nenhuma batalha e o saque tenha sido feito por povos do mar. Seja qual for a verdade, é altamente provável que a nossa imagem mental de Tróia seja completamente errada.
 
5. Os Jardins Suspensos foram completamente inventados? 
 

Os Jardins Suspensos da Babilônia são a mais irritante de todas as maravilhas antigas. Enquanto nós temos uma abundância de evidências para as outras, não existe um pingo de prova de que a Babilônia continha tal projeto impressionante de engenharia. Isso levou muitos historiadores a especularem que os jardins eram, na verdade, uma inovação assíria que foi acidentalmente creditada à Babilônia. Outros historiadores vão ainda mais longe: segundo eles, os Jardins nunca existiram.

Todas as informações que temos sobre os Jardins vêm de cinco escritores antigos. Não temos nenhuma prova conclusiva de que qualquer um deles visitou a Babilônia. Na verdade, a maioria parece ter obtido suas informações a partir de fontes de segunda ou terceira mão. A teoria é que os contos de vários jardins da Mesopotâmia foram misturados e incrementados por viajantes até que surgiu a ideia de um superjardim. 
 

4. Os primeiros cristãos nunca foram perseguidos? 
 

Nero é famoso, entre outras coisas, pela queimada de cristãos vivos para iluminar as ruas. Inúmeros imperadores os jogaram aos leões. Ou seja, a Roma Antiga era um mau lugar para ser cristão.

Mas será que era assim mesmo? Uma escola de pensamento afirma que os contos de perseguição foram inventados.

Os seis relatos supostamente autênticos de mártires, como Policarpo, estão cheios de anacronismos e contradizem tudo o que sabemos sobre a vida romana. Os decretos anti-cristãos de Diocleciano – supostamente o único imperador que realmente perseguiu a Igreja recém-nascida – incluíam os expulsar de cargos públicos. Isso sugere que eles devem ter sido previamente respeitados o suficiente para manter tais posições.

Naquela época, ninguém poderia ser cruelmente executado por infrações menores. A única razão pela qual nos lembramos das mortes dos cristãos é porque a Igreja fez questão de passar estes relatos adiante. Os milhares de não cristãos que sofreram destinos idênticos em uma base diária foram simplesmente esquecidos.

3. Os astecas sacrificavam seres humanos apenas raramente?
 
 
A mecânica de sacrifício asteca é quase horripilante demais para se acreditar nela. Vítimas tinham seus corações arrancados, suas cabeças cortadas e às vezes eram até esfolados vivos. Milhares de pessoas poderiam ser abatidas em uma única cerimônia. Eles ainda assassinavam ritualmente seus filhos. Pelo menos, essa é a visão comum que temos desse povo. Uma teoria alternativa sustenta que os astecas eram menos brutais do que a sua reputação sugere.

Embora ninguém negue que os astecas praticavam sacrifícios humanos, alguns historiadores afirmam que o número de vítimas tem sido severamente exagerado. Em particular, eles afirmam que os astecas não eram mais propensos a assassinatos rituais do que os andinos, egípcios, japoneses ou até mesmo os gregos, culturas que raramente associamos com sacrifícios. Em vez disso, a teoria afirma que as contas foram infladas pelos espanhóis para encobrir suas próprias atrocidades.

A maioria das evidências arqueológicas parece refutar isso, apoiando a visão mais comum. No entanto, a evidência não é totalmente conclusiva, levantando a possibilidade de que podemos estar imaginando os astecas como muito piores do que realmente eram. 
 
2. A arca de Noé era circular? 
 

Variações sobre a história da Arca de Noé aparecem em muitas culturas antigas diferentes. Nenhuma evidência sugere que há alguma verdade no mito, mas Noé e sua arca surgem em milhares de livros, desenhos animados e filmes. Cada um deles provavelmente representa a arca de forma diferente do que os escritores originais imaginavam.

Ainda que a maioria de nós associe a arca com a bíblia, a descrição mais antiga é encontrada em uma tábua cuneiforme antiga no Museu Britânico. Além de ter um deus mesopotâmico dizendo a um súdito humano para construir um barco para sobreviver a uma inundação apocalíptica, a tábua ainda contém uma referência a animais que vão de “dois a dois”. Ela também insiste que a arca seria redonda.

De acordo com o tradutor Irving Finkel, uma arca redonda teria feito todo o sentido no contexto da época. As pessoas, então, geralmente cruzavam rios em espécies de balsas circulares, chamadas de coracles. Finkel acredita, ainda, que a história foi passada para exilados judeus no século VI aC, assim tornando-se parte da Torá. 
 
1. O primeiro templo nunca foi construído? 
 

Cerca de 3.000 anos atrás, o rei Salomão construiu um dos templos mais grandiosos da história. O Primeiro Templo atingia 20 andares de altura, incorporando enormes quantidades de madeira de cedro, pedras lavradas e muita mão de obra. Ele era provavelmente o mais magnífico edifício no Oriente Médio até que os babilônios o destruíram em 586 aC. Hoje, o local onde ele e o Segundo Templo ficavam é um dos mais sagrados da Terra. Contudo, uma escola de pensamento sugere que tal templo nunca existiu.

Não há nenhuma evidência física do Primeiro Templo. Além do Antigo Testamento, nenhuma outra obra antiga o menciona. Também é impossível fazer qualquer escavação na área, já que a busca pelos seus restos exigiria primeiro destruir dois dos locais mais sagrados do Islã e do Judaísmo. Graças a esta falta de provas concretas, alguns já começaram a teorizar que o templo foi construído ou em outro lugar, ou é uma completa invenção. Este é um tema muito sensível. A “negação do templo” tem sido comparada à negação do Holocausto, e alguns talvez a utilizem como uma forma de negar as reivindicações dos judeus a Jerusalém.
 
In: Listverse

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