sexta-feira, setembro 18, 2015

Casamento gay ainda será aceito como vontade de Deus, diz psicóloga

Muito se fala na tradicional família cristã com base na Bíblia, mas como será que essa família realmente seria se levássemos as escrituras sagradas ao pé da letra, sem nenhum tipo de interpretação ou ponderação? Você já resolveu dar uma folheada nesse livro? Muitos ensinamentos permanecem até hoje; entretanto, alguns foram “esquecidos” pelas convenções sociais.

Você sabia, por exemplo, que a poligamia é descrita normalmente na Bíblia? No livro de Mateus, Capítulo 22, conhecemos a história de uma mulher que se casou com um homem e não teve descendentes. Por isso, ela pode se casar com um irmão desse rapaz – que também veio a falecer. Dessa forma, ela acabou se casando com sete irmãos, sem nunca ter descendentes. 

Outro ponto polêmico se refere à posse de escravas. No Capítulo 21 de Êxodo, ficamos sabendo que, se um homem vender sua filha como escrava e ela não agradar o comprador, deverá ser libertada. Alguns defendem que esse “agrado” se refere ao sexo. E o que falar de Ló, que teve relações sexuais com suas próprias filhas descritas em Gênesis, Capítulo 19? Do incesto, surgiram os povos moabitas e amonitas.

Ló e suas filhas em quadro de Orazio Gentileschi, pintado em 1621.

E como ficam os casamentos modernos?

Veja bem, caro leitor: não somos nós, que estamos a dizer isso. Quem fez as análises acima foi Valerie Tarico, psicóloga e escritora de Seattle (EUA). Ela defende que, apesar das citações acima, os líderes cristãos foram contra a prática da poligamia, do incesto e da escravidão por muito tempo. Hoje em dia, a própria moral humana (e não necessariamente a Bíblia) condena tais atos.

Muita gente fala que a visão do Antigo Testamento é muito diferente do que aparece no Novo Testamento, porém, para Valerie, essa “continuação” bíblica serve para reforçar alguns dos conceitos anteriormente escritos. Por isso, a psicóloga acredita que até mesmo temas ainda vistos como tabus um dia acabarão sendo aceitos pelos cristãos mais fervorosos.


Polêmica: seria essa a vontade de Deus?

Valerie defende que a relutância em aceitar a modernidade das relações está no fato de que a Bíblia teoriza a manutenção do status quo, ou seja, a sociedade não deveria alterar em nada a cultura imposta por homens brancos heterossexuais ao longo dos últimos séculos. Entretanto, ela também faz uma provocação, dizendo que, no final, qualquer tipo de relação será permitida e que ela ainda será vista pelos cristãos como “a vontade de Deus”.

Entendam, também, que essa não é necessariamente a posição do Mega Curioso. Nossa função é justamente provocar o debate publicando o que algumas pessoas pensam sobre os mais variados assuntos (inclusive os mais polêmicos) em diversos lugares do mundo.

Mas queremos saber a sua opinião: você compactua com os conceitos de Valerie Tarico? Acredita que um dia a própria religião vai “abraçar” relações que fogem daquelas consideras tradicionais? O debate está aberto – só não vale trocar ofensas!

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